terça-feira, 20 de novembro de 2007

O maior pais cristão da Asia

Uma das coisas que os crentes adoram encher a boca pra dizer é que tudo que acontece de ruim com OS OUTROS (porquê se acontece com eles mesmos é parte do "plano de Deus") é que as grandes tragédias acontecem como castigo divino a falta de fé.

Ou seja, esqueça o que você sabe sobre sismologia e placas tecnonicas, maremotos acontecem pq um ser de ego infinito ficou putinho por não ter sido paparicado o bastante. Mas não era sobre isso que eu queria falar, era pra expor esse argumento da "falta de Deus" sob um caso concreto: as Filipinas. As Filipinas é o maior país cristão da Ásia, com certeza não falta Deus no país mais cristão de metade do mundo não é?

Então nessa nação sob Deus a vida deve ser boa, afinal se ele pune quem é contra ele ajuda quem é por ele, não? Bem, ao que parece, não...

Na sociedade filipina, a mulher, por paradoxal que possa parecer, é quem tem as iniciativas econômicas da casa e a última palavra nos negócios, além de ficar com o dinheiro da família. Todavia, o homem é o chefe da família, assim como o padre é quem "manda" na paróquia, mesmo se as mulheres são a grande força da Igreja.

Mas o ponto realmente importante é que a questão do trabalho feminino é uma realidade complexa nessa sociedade que não se incomoda de ver a mulher sair do país para procurar emprego, mesmo que isso signifique exploração e prostituição. Não são poucos os casos de moças que vão para o Japão para serem entertainers (acompanhantes) e cantoras e acabam se prostituindo, mas ganhando muito dinheiro e sustentando, literalmente, toda a família, incluindo tios, sobrinhos e avós. O que se percebe é que as famílias que mais compram são, justamente, aquelas que são sustentadas por essas moças...

Para se entender um pouco da situação econômica filipina, basta saber, por exemplo, que um dólar americano equivale a 40 pesos filipinos, soma suficiente para comprar um quilo de peixe ou tomar um lanche. Para fazer em tricycle (taxi bicicleta) o percurso no centro da cidade, o passageiro gasta 3 pesos. Teoricamente, o salário mínimo seria de 5 mil pesos, mas uma pessoa que trabalha doze horas, numa loja do Mac Donald's, ganha 2500 pesos; da mesma forma, uma catequista que trabalha, em período integral, numa escola, recebe 600 pesos por mês. A isso, acrescente-se que, nas províncias, as ruas não dispõem de iluminação elétrica e para sair à noite, é preciso levar a própria lanterna.

A moeda desvalorizada leva, principalmente as mulheres, a buscarem empregos no exterior: as que não têm profissão vão ser empregadas domésticas na Europa; as que possuem alguma habilitação pedem emprego no Canadá e nos Estados Unidos, países que dificultam muito a obtenção dos vistos de entrada e permanência. Outro mercado de trabalho é a Arábia Saudita, mas lá as empregadas domésticas são também objetos sexuais dos homens da casa. Há exceções, mas as dificuldades são enormes. Madalena contou o caso de uma farmacêutica, que conheceu pessoalmente, e que trabalhou na Arábia Saudita durante três anos sem que ninguém soubesse quem era. Na farmácia e na rua, usava sempre o chador, nunca se mostrou, nunca ficou um minuto a mais no emprego, não fez amigos, não demonstrou que era católica. Se descobrissem quem era, seu destino seria a morte.

Calma que tem mais...

As Filipinas, maior país católico da Ásia, conhecem também outras contradições, além da exploração do trabalho feminino. Devido à falta de privacidade nas pequenas casas de construção frágil, em que todos dormem juntos, muitas meninas são vítimas de abuso sexual dentro da própria família. Em Daet, onde trabalha Madalena, 90% da população carcerária masculina foi condenada por esse motivo; interessante é que há apenas três mulheres, sendo que duas mataram os próprios maridos.

Um aspecto bastante contraditório é o fato de que o país é um dos poucos que ainda tem a pena de morte, aplicada através de injeção letal. O presidente, que é muçulmano, tem oito mulheres, cada uma em residência própria, e quer a legalização do divórcio e do aborto.

Por causa de seu relacionamento muito aberto e sincero com as mulheres, Madalena conta que elas são muito escrupulosas, deixando de comungar por qualquer motivo, mas também muito supersticiosas, e lembra um fato que ocorreu com uma vizinha. Durante vários dias, ouviam uma criança chorar desesperadamente e foram perguntar qual era o motivo. A mãe explicou que o marido havia cortado uma árvore e que o mal que estava nela entrou na criança. As missionárias foram convidadas a benzer a criança para afastar o mal, mas, por via das dúvidas, aconselharam de levá-la também ao médico. Este diagnosticou fome e seqüelas de meningite...

A White Lady (Dama Branca) é a explicação popular para boa parte das epidemias infantis, como caxumba, catapora, etc. Trata-se de uma espécie de bruxa que passa pelas casas das pessoas, jogando-lhes pragas que se concretizam em doenças. Para evitar os malefícios da dita bruxa, as mulheres fazem novenas católicas, em grupos, seguidas da reza do terço e sempre de uma merienda (lanche). Aliás, na mentalidade religiosa filipina, tufões, tempestades e outros fenômenos naturais que causam sérios danos materiais são considerados castigos de Deus, tendo em vista que eles se julgam pecadores, que não rezam e não ajudam os pobres...

Mas... e aquele argumento de que alguns lugares são/acontecem coisas ruins devido a falta de Deus?

Mais uma vez fica claro que os crentes nunca pararam para pensar nas bobagens que eles papagaiam...

fonte: http://www.pime.org.br/mundoemissao/cultfilip.htm

Um comentário:

Hudson Bueno disse...

Nao eh o lugar q tem q estar sob os olhos de Deus, e sim, cada pessoa. Lah deve ter pessoas q seguem a palavra de Deus integralmente e que estao salvas diante de todos os problemas do lugar e nem um mal lhes aflinge.
Quem segue ao Senhor, eh como uma flor de lotus, nasce bela em meio a lama.