domingo, 21 de dezembro de 2008

Deus pode ser onisciente, onipotente e onipresente?

Esta aqui é uma reflexão recente. Se você pensar direitinho, perceberá que Deus não pode ser ao mesmo tempo onisciente e onipotente, como diz a bíblia. Quem estuda lógica já percebeu isso. Se Deus é onisciente, Ele já tem de saber que vai intervir para mudar o curso da história usando sua onipotência. Mas isso significa que Ele não pode mudar de idéia sobre a intervenção, o que significa que Ele não é onipotente. Karen Owens já colocou isso em versos:

“Can omniscient God, who

Knows the future, find

The omnipotence to

Change His future mind?”

O problema é simples. Se Deus é onisciente, Ele sabe tudo. Portanto, sabe o que acontecerá daqui a 48hs e sabe exatamente o que Ele fará a respeito disso. Então Ele já sabe o que vai acontecer e a decisão Dele sobre aquilo. Se Ele muda de idéia – vamos supor, por misericórdia a alguém –, a decisão já é outra, então o que Ele sabia originalmente já não é mais verdadeiro. Portanto, é logicamente impossível ser onisciente e onipotente ao mesmo tempo.

A onipresença também é problemática.

Nós, humanos, somos seres quadridimensionais. Quem estudou matemática e física sabe disso. O nosso mundo é traduzido e compreendido em 4 dimensões. Três dimensões representam o espaço (comprimento, largura e altura). A quarta representa o tempo. Nós adotamos um sistema de referência espacial com três eixos perpendiculares entre si: qualquer ponto do espaço pode ser definido por três números, que representam as coordenadas do ponto em relação aos eixos. Como no desenho de um cubo. A grosso modo, as direções principais nas três dimensões conhecidas são chamadas de “em cima/baixo” (altitude), “norte/sul” (longitude) e “leste/oeste” (latitude). Mas tudo o que acontece, porém, acontece no tempo. Não existe, por exemplo, um cubo instantâneo (nasceu e morreu!). Se posso vê-lo num desenho, é porque ele persiste no tempo. Portanto, para descrever um acontecimento, é preciso mais um número, que represente uma medida de tempo, isto é, uma coordenada temporal. Nosso mundo não é estático, mas dinâmico. Por isso que, desde Einstein, falamos em “espaço-tempo”.

Contudo, o tempo é uma ilusão. Se uma pessoa viajasse em grande velocidade e estivesse usando um relógio, ela veria que, em relação aos relógios de pessoas que estivessem paradas, o seu relógio se atrasaria. Quem estudou física sabe disso. O limite desse atraso é atingido quando se atinge a velocidade da luz. Pois, segundo a teoria da relatividade de Einstein, nada pode viajar acima dessa velocidade. Então vamos pegar um exemplo: por hipótese, existe uma máquina que viaja na velocidade da luz. O relógio no pulso do piloto dessa máquina sofreria um atraso infinito, ou seja, ficaria congelado. Os batimentos cardíacos seriam retardados e o metabolismo seria retardado. Ele envelheceria bem mais devagar. Assim, ele veria o futuro. Se a tal máquina conseguisse ultrapassar a velocidade da luz, ele veria o passado, pois o tempo seria negativo. Esse piloto poderia ver, ao mesmo tempo, o nascimento e a morte de um parente seu. O tempo seria irrelevante para ele. Simplesmente não existiria.

A rigor, eu e você não existiríamos para ele, pois a existência só tem sentido no tempo. Para nós, o tempo é importante. Para esse piloto que se movimenta na velocidade da luz, não seria: o tempo não correria, se congelaria. Nesse contexto, não podemos mais falar de tempo como uma dimensão. Não tem sentido falarmos em “espaço-tempo”!

O tempo é a distância entre eventos, assim como o espaço é a distância entre lugares. O tempo nada mais é do que correlação entre coisas no espaço. Na hipótese do piloto que viaja na velocidade da luz, o tempo é anulado, se transforma numa mera dimensão espacial.

Hoje, eu digo: saí de Munique às 15hs e cheguei em Frankfurt às 21hs, passando antes por Rothenburg, onde fiquei por uma hora. O nosso piloto veloz diria: “Eu em Rothenburg-Frankfurt-Munique, desde sempre e para sempre.” Não existe referência temporal, não existe “espaço-tempo”.

O universo para esse piloto é estático! O tempo é ilusão. Enfim, o tempo é apenas a forma como nós humanos ligamos eventos, em nosso mundo lento.

Agora vem o que interessa. A bíblia diz que Deus é onipresente. A ciência diz que só existe uma coisa onipresente no universo (ou quase isso): a luz. A teologia diz que tem mais uma: Deus! Então agora volte ao exemplo do piloto na máquina veloz e o substitua por Deus. Se Deus é onipresente, o tempo não existe para Ele, o que significa que nós não existimos para Ele! Somos instantâneos para Ele! Qualquer relacionamento entre nós e Ele seria, portanto, impossível.

Assim, se os relacionamentos que a bíblia diz que Deus teve com os humanos são relatos verdadeiros, então é falso dizer que Ele é onipresente. Se não é onipresente, Ele não se move na velocidade da luz, e, portanto, não pode ver o futuro. Ele tem a mesma limitação que nós temos. Portanto, também seria falso dizer que Ele é onisciente. Não pode saber tudo. Muito menos seria, na mesma lógica, onipotente.

Está aí demonstrada uma grande contradição bíblica!

3 comentários:

Anônimo disse...

Caraca meu... tú és quase crente! Só tá esquecendo de um princípio básico: Deus fez todas as coisas, inclusive o tempo e o espaço, e por tanto Ele não está dentro das 4 dimensões. Por isto não está ou deixa de estar em algum lugar, simplesmente porque não está no espaço e, por isto, o chamamos, na limitação de nosso racionio, de onipresente. O mesmo raciocínio se aplica ao tempo, como no exemplo dado por Einstein. Vou usar teu exemplo em minha próxima pregação.
A questão é que, como eu posso cuidar de meus peixe do aquário, mesmo que estejam em ambiente diferente do meu, que para eles é um universo, e que estejam sujeitos a limitações que eu criei para eles e nas quais não estou incluso, o aquário, também Deus cuida daqueles que criou.
Abraços.

Wolfbr disse...

se ele não está nas 4 dimensões, então onde ele estaria? se ele não está nas 4 dimensões, então como ele iria interagir com aquilo que está presente as dimensões?

enquanto ao aquario, seria diferente com deus, pois ele cria seres imperfeitos com limitações e os coloca em um "aquario", mas com a senguinte regra;
se os peixinhos imperfeitos criado por ele fizerem tudo certinho, irao para um aquario maior e fashion.
se não obedecerem, irao para um aquario de lava e fogo.
e o melhor, deus ama os seus peixinhos, criou eles imperfeitos, e como ele é onisciente, ele ja sabe quais irao para o aquario de fogo, entao se ele sabe de tudo e é bom, porque criar seres que estariam predestinados ao "aquario de fogo"? nao seria mais facil dar o livre arbítrio, porem, os serem só poderiam escolher entre coisas boas?

use isto na sua proxima pregação ; )

sabynobrochta disse...

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