O fato de a seleção sexual não ter nos transformado em uma espécie formada apenas por Giseles Bündchens e Reynaldos Gianecchinis é um dos argumentos preferidos dos criacionistas para derrubar a teoria da evolução de Charles Darwin. Agora, Marion Petrie e Gilbert Roberts, da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, respondem. Segundo seu estudo, a evolução não age por um mecanismo tão simplista.
No trabalho publicado na revista científica “Heredity”, do grupo da prestigiada "Nature", eles usaram um modelo computacional para verificar se um elemento que alterava as mutações genéticas em bactérias também causava impacto em espécies que se reproduzem de forma sexuada, como nós. A resposta foi um surpreendente “sim”.
“Esse é um extraordinário dilema evolucionário. Um grande paradoxo da teoria da evolução”, disse Petrie ao G1. “Na verdade, mecanismos que nós achávamos que não tinham muita importância na seleção natural são, de fato, muito relevantes. A questão é bem mais complexa do que parece e a seleção sexual uma ferramenta ainda mais poderosa do que pensávamos.”
Pela lógica, toda forma de seleção diminuiria as diferenças entre uma espécie em algumas gerações. Mas, na verdade, não temos nada a ganhar nos transformando em um grupo homogêneo de indivíduos. Para começar, a própria seleção natural pararia de funcionar. Afinal, se somos todos iguais, ela vai selecionar o quê? Depois, o fim da diversidade genética é um risco: sem variações dentro da espécie para resistir, uma única doença causada por uma única bactéria poderia nos dizimar a todos.
Por outro lado, mutações também não são a coisa mais segura do mundo. “Mutações benéficas são raras”, afirma Petrie. A maioria delas causa problemas, como o câncer. Por isso, embora a falta de diversidade seja um problema, seria compreensível se a lógica seguisse seu curso e a seleção sexual diminuísse a quantidade de mutações dos nossos genes.
Resolvendo o paradoxo, entra em cena o tal gene modificador, que os cientistas acreditavam que só agia em bactérias. Segundo a pesquisadora, o gene aumenta o número de mutações genéticas. Aumentando o número de mutações como um todo, ele também aumenta o número de mutações benéficas. Mutações essas que são selecionadas por nós, através da seleção sexual, que levamos de brinde o gene modificador, que vai aumentar o número de mutações e a diversidade, começando tudo outra vez.
“É um círculo. Sem diversidade não há seleção sexual. Então a seleção sexual seleciona indiretamente o gene modificador, que aumenta a diversidade, que permite que a seleção sexual continue existindo”, afirma Petrie.
Ou seja, não apenas a teoria da evolução não está errada, como ela é muito mais sutil e complexa do que pensávamos. E se não somos uma espécie de top models, pelo menos seremos uma espécie que vai durar mais tempo.

fonte: http://tecnocientista.info/ndNews.asp?cod=5096
Existem dezenas de milhares de visões religiosas diferentes a respeito da criação. É simplesmente impossível que todas estas perspectivas sejam apresentadas. Além disto, nenhuma das teorias é baseada em ciência e, portanto não tem lugar nas aulas de ciências. Em aulas de ciências os estudantes podem debater em que ponto uma criatura criou um novo galho na árvore da vida, mas não é correto argumentar uma crença religiosa na aula de ciência. O argumento do que seria “justo” é freqüentemente usado por grupos na tentativa de injetar seus dogmas religiosos no currículo científico.
No século 19 e início do século 20 uma filosofia chamada “Darwinismo Social” brotou de tentativas extraviadas de aplicar evolução biológica à sociedade. Essa filosofia disse que a sociedade deveria permitir que os fracos enfraquecessem e morressem. E isso não seria apenas a situação ideal, mas a moralmente correta. Isso permitiu a racionalização de preconceitos. Alguns se tornaram muito populares como: Os pobres mereciam a situação em que viviam devido a serem menos aptos. Isso foi uma apropriação indébita da ciência. O Darwinismo Social foi, felizmente, repudiado. A evolução biológica não.
Todas as espécies animais possuem padrões de comportamentos que elas compartilham com os outros membros de sua espécie. Lesmas agem como lesmas, cães como cães e humanos como humanos. É ridículo presumir que uma criança passará a comportar-se como outra criatura quando descobre que está relacionado a ela. É absurdo ligar evolução a comportamento imoral ou inadequado.
Cientistas não rejeitam as teorias de Darwin, eles as modificaram através do tempo à medida que mais conhecimentos tem sido descobertos. Darwin considerou que a evolução progrediu de maneira deliberada e lenta, mas em realidade já foi descoberto que ela pode ocorrer em ritmo acelerado sob certas circunstâncias. Não houve, até o momento, nenhum desafio convincente aos princípios básicos da teoria de Darwin. Os cientistas melhoraram e expandiram a teoria darwiniana original da Seleção Natural: ela não foi rejeitada. Houve também adições.
A evolução é observável e testável. A confusão aqui ocorre porque as pessoas pensam que a ciência é limitada a experimentos em laboratórios por técnicos com jalecos brancos. Na realidade uma grande quantidade de informação científica é reunida no próprio mundo real. Astrônomos obviamente não podem tocar fisicamente os objetos que estudam (estrelas e galáxias, por exemplo), no entanto uma grande quantidade de conhecimento pode ser adquirida através de múltiplas linhas de estudo. Isso também é verdade no caso da evolução.Também é verdade que haja muitos mecanismos da evolução que podem ser, e são estudados através de experimentação direta com outras ciências.
A ciência é um campo extremamente competitivo. Se qualquer falha é descoberta na Teoria da Evolução ela será rapidamente corrigida. Todas as falhas alegadas, que os criacionistas colocam em evidência, foram investigadas cuidadosamente por cientistas e elas simplesmente não casam. Elas são comumente baseadas em maus-entendimentos da teoria ou más-interpretações das evidências.
A ciência evolucionária é um trabalho em andamento. A ciência está constantemente realizando novas descobertas com respeito a isso e as explicações são sempre ajustadas se necessário. A teoria evolutiva é como todas as outras ciências neste ponto. A ciência está sempre tentando ampliar nossos conhecimentos. No presente, a evolução é a única explicação sólida para toda a diversidade biológica existente
Em realidade existem muitos fósseis transicionais. Por exemplo, há fósseis de organismos transicionais entre os pássaros modernos e seus ancestrais dinossauros. Há muitas formas transicionais que não foram observadas, mas isso ocorre simplesmente porque alguns organismos não se fossilizaram bem ou existiram em condições que não permitiram o processo de fossilização. A ciência prevê que haverá lacunas no registro de muitas mudanças evolutivas. Isso não refuta a teoria.
Cientificamente falando, uma teoria é uma idéia bastante evidenciada que explica aspectos do mundo natural. Infelizmente outras definições de teoria (assim como “suposição” ou “palpite”) causam uma grande confusão no mundo não-científico quando se lida com ciência. Eles são, na realidade, dois conceitos bem diferentes.
A seleção natural não tem “inteligência”, não pode saber o que as espécies precisam. Se uma população possui variações genéticas que são mais adaptadas aos seus ambientes, eles irão reproduzir mais na próxima geração (porque possuem maiores chances de sobrevivência), e a população irá evoluir. Se a diversidade genética não está presente a população provavelmente morrerá ou sobreviverá com poucas mudanças evolucionárias.
Os organismos não “tentam” se adaptar, é a seleção natural que permite que vários membros de um grupo sobrevivam e se reproduzam. A adaptação genética está totalmente fora do alcance do organismo em desenvolvimento.
Em realidade a seleção natural não é aleatória. Muitos animais aquáticos, por exemplo, precisam de velocidade para sobreviver e se reproduzir. As criaturas com esta habilidade são mais adequadas aos seus ambientes e tem maiores chances de sobreviver à seleção natural. Em seguida eles irão produzir mais descendentes com os mesmos traços, e o ciclo continua. A idéia de que evolução ocorre ao acaso não leva todo o cenário em conta.
Enquanto é fato que a seleção natural remove partes insalubres de um conjunto de genes, há muitos casos em que organismos imperfeitos sobreviveram. Alguns exemplos disto são os fungos, tubarões, lagostim e musgos. Todos estes não se modificaram em essência durante um grande período de tempo. Estes organismos são todos suficientemente adaptados nos seus ambientes para sobrevivem sem melhorias.
A Teoria da Evolução lida essencialmente com a maneira em que a vida esteve mudando depois de sua origem. A ciência está interessada nas origens da vida (por exemplo, a composição da sopa primordial de qual a vida poderia ter se originado), mas estes não são os assuntos cobertos pela área da evolução. O que se sabe é que, independente do seu início, em algum ponto a vida começou a se ramificar. A evolução é então dedicada ao estudo destes processos